Quando Janis Joplin incluiu uma música no seu álbum de 1971, Pearl, que tinha letras pedindo a Deus uma Mercedes Benz, já que todos seus amigos tinham Porsches, a maioria dos ouvintes não tinha ideia que ela não tinha apenas escrito uma letra sobre o absurdo da cultura materialista americana, como também tinha acabado de inserir um paradigma de integração de produtos em músicas populares. Hoje em dia, essa forma de comercial em uma letra de música se tornou um padrão na música popular. Em um mundo de downloads digitais, onde a estrutura convencional da indústria da música teve uma grande mudança, essa tática pode oferecer vantagens consideráveis para marqueteiros que querem alcançar o topo das paradas de música.
Run DMC mencionou Adidas 22 vezes em uma música.
Em alguns casos, a integração de produtos é mais sutil, como na música dos Eagles, de 1976, “Hotel California”, na qual aparece (novamente) a Mercedes e também inclui a Tiffany. Em outros casos, a menção de produtos se torna quase obsessiva, como no caso da música do Run DMC, de 1986, “My Adidas”, na qual o nome da marca aparece 22 vezes na letra! Como essa canção surgiu é parte de uma lenda da música. Aparentemente, Run DMC tinha uma preferência por tênis Adidas e, em um de seus shows, pediu para a audiência levantar os sapatos e balança-los acima de suas cabeças. Adidas assinou um contrato com o grupo quase imediatamente.
O que veio antes, a música ou o contrato para endossar uma marca?
Grand Puba pode ter obtido o recorde de maior frequência de menções a marcas nas suas canções. A marca de roupas Tommy Hilfiger aparece em não menos que cinco diferentes faixas em lançamentos de muitos anos. Não se sabe se na verdade esses endossos são feitos por vontade própria ou não e é um fato questionado por muitos céticos. Quando Angie Stone escreveu a letra para a faixa “Remy Red” (coquetel com um conhaque chamado Remy Martin), era seu patrocínio garantido com a marca de bebida, ou ela escreveu sua letra por vontade própria e assim foi descoberta pela marca? Nós podemos nunca saber a resposta.
A idade média dos compradores do Escalade, favorito dos rappers, diminuiu 12 anos
O que nós sabemos é que esses endossos podem ser extremamente lucrativos. A General Motors pagou 300 mil dólares para Ms. Jade colocar um Hummer no seu vídeo “Ching Ching”. Entretanto, foi o modelo da GM, o Cadillac Escalade, que obteve o maior número de integrações musicais, aparecendo em letras de Pink, Jennifer Lopez, Outkast, Three 6 Mafia, Ja Rule, Missy Elliot, Jadakiss, Big Tymers e muitos outros. A estratégia trouxe bons frutos para a companhia e o modelo foi adotado por muitos rappers. A GM viu então a idade média dos compradores do Escalade diminuir em exatamente 12 anos… em apenas alguns meses! !
McDonalds quer controlar o contexto de integração de marcas em letras
A quantidade total de dinheiro que os músicos recebem a cada ano por colocar produtos em letras e vídeos é estimada em mais de 50 milhões de dólares ao ano e este número continua a crescer. O McDonalds, na verdade, pediu os serviços da agência de consultoria Maven, especializada em pesquisar os rappers que poderiam estar dispostos a integrar produtos do restaurante em suas trilhas. Naturalmente, o contrato especifica que a marca deve controlar as menções e evitar que acabe como a batida do Will Smith de 1997, “Just Cruisin’”, onde ele afirmou que uma refeição nos “Arcos Dourados” o deixou com problemas digestivos.
Com um novo relatório de novas estratégias de mídia provando que 60% dos ouvintes de músicas populares tinham interesse em comprar os produtos mencionados em suas músicas favoritas, muitos marqueteiros não têm hesitado em se beneficiar ao pagar pela aparição de produtos em letras de músicas populares e alcançar uma grande audiência. Você poderia seguir a mesma conduta e colocar a sua marca nesta integração de produtos juntamente com House of Dereon (Beyoncé), Rocawave (Jay-Z), Sean John (Diddy), Reebok (50 Cent), Courvoisier (Busta Rhymes), Moschino (Kool G Rap), Coca-Cola (Kanye West) e muitos outros.