Porque o #vestido viralizou e como marcas lucraram em cima disso
March 12, 2015 3 min read
A discussão das últimas semanas foi sobre a cor de um vestido de casamento. Alguns o enxergavam branco e dourado, outros preto e azul. O vestido (#TheDress) se tornou uma hashtag rapidamente e o assunto viralizou. A questão a ser respondida aqui é: porque este vestido conseguiu ser tornar um viral, mas seus posts ainda não?
Provocando respostas
Os maiores compartilhamentos em redes sociais são aqueles que provocam uma resposta, perguntando algo em meio ao texto como “você prefere A ou B?”, por exemplo. Em um mundo tão acelerado em que lidamos com milhares de informações todo dia, queremos que nossas oportunidades de engajamento sejam rápidas e significativas – e queremos ter voz. Tornar algo simples para as pessoas conseguirem o que desejam claramente. Para mercados que exigem um conteúdo melhor trabalhado, você pode conduzir textos em torno de declarações que podem ser fortemente apoiadas ou discordadas.
Utilizando conteúdos de sucesso
Sendo tanto um post científico quanto de uma empresa, o vestido teria tido o mesmo sucesso. Ele fornece às pessoas algo fácil de ser entendido, algo que provoca uma resposta e que pode ser explicado cientificamente. Na verdade, a maioria das publicações científicas fizeram exatamente isso em seus posts com mais visualizações – chegando a passar a marca de 300k com uma explicação em vídeo. É claro que eles podem não ter nem pensado da ideia, mas eles souberam “pegar carona” no vestido e isso é totalmente aceitável. Pessoas, que já estavam curiosas pelo vestido, passaram a querer seguir as novidades para descobrir o porque os outros podiam ver mais cores no vestido. E é assim que você conquista naturalmente um público. A regra se aplica para qualquer novidade: você pode não ter lançado algo, mas não significa que você não pode continuar com o tema.
Entrando na onda
Kate Taylor do Entrepreneur escreveu um ótimo artigo com exemplos de marcas que entraram na onda. Ela observa que não se trata apenas de twittar sobre o vestido, mas sim conduzir uma conversa para que você esteja socialmente acompanhando a tendência, mas sem deixar no seu produto e mercado. Para marcas isso significa por exemplo montar seus produtos com uma combinação de cores correspondente à do vestido. Veja o exemplo da Pizza Hut vs. Dominos. A Pizza Hut acerta na mosca mostrando uma pizza com queijo branco e dourado, enquanto o Dominos mostra uma foto de uma pizza de pepperoni seguida de “…é realmente branca e vermelha”. Meio constrangedor. O post do Dominos não funciona (e tem 20x menos compartilhamentos que a Pizza Hut), isso porque eles não aproveitaram a deixa. Estávamos falando sobre dourado/branco ou preto/azul, não adicione outras cores a essa mistura – ao fazer isso você esta desnecessariamente confundindo uma simples conversa, que foi o motivo inicial do viral.
Taylor também notou que supreendentemente, as empresas há tempo no mercado não foram rápida o suficiente para entrar na onda. Ela diz que: “Vale notar que as empresas mais associadas a clientes antigos – como Shake Shack, Chiplote, Starbucks e Taco Bell – foram aquelas que na manhã do dia seguinte não tinham feito sequer um tweet sobre o vestido.
A lição mais importante a ser levada disso é a necessidade das estratégias nas mídias sociais levarem em consideração o tempo de duração desse tipo de debate. Você deve ser capaz de se adaptar, rapidamente e efetivamente, a fim de realmente entrar na onda. Como Jodi Phillips (vice-presidente de Estratégia de Mídia no Bling) diz: “Uma vez que posts virais não podem ser planejados, marcas devem estar sempre preparadas para levar vantagem dessas oportunidades… Ter uma estratégia e conteúdo que planeje a reação no momento certo é muito importante”.