A indústria da propaganda trabalha com narrativas, amarrando o jornalismo de marca e a ideia de que seu produto deve ter uma história principal que nos diz sobre nós mesmos através das lentes (e do produto) do anunciante. No entanto isso não quer dizer que a história da marca não está escrita na pedra. A história é apenas um dos meios que a marca pode usar e esse meio pode (e deve) pode mudar como os capítulos de um livro.

Antes dos exemplos mostrados aqui, vimos os anunciantes brincar com narrativa com de Coca-Cola e (talvez a criação mais memorável) com Google India. O fato é, estamos falando sobre esses três anúncios virais, dois deles de organizações menos conhecidas e só reforça a ideia e prova que estamos correndo na direção da narrativa em velocidade recorde.

Isso significa que os marqueteiros e anunciantes que não podem desenvolver uma história comovente, não vão muito longe. Para aqueles que estão ainda pensando, aqui vai uma dica: se você quer que as pessoas falem de você precisa falar com eles.

O anúncio Um Segundo Por dia da Save the Children UK, contando a história de uma garota normal, se tornou viral porque usou um problema reconhecido mundialmente (a questão da Guerra civil que já dura 3 anos), nós nos tornamos distantes. Eles fizeram essa ponte para mostrar que mesmo um problema tão longe, pode nos atingir. Conseguir com que uma pessoa comum se simpatize com algo tão complexo e remoto é um desafio. Save the Children mantêm o conceito simples por olhar às questões humanitárias sofridas pelas crianças; elas não se metem em geopolítica. Como a Time Magazine notou, um gesto similar feito pela SOS Children’s Villages, uma ONG norueguesa que “recentemente postou um anúncio que mostrava de um garoto morrendo de frio num ponto de ônibus” A história aqui era documentar a reação dos transeuntes, praticamente todos não puderam evitar em ajudar. O clímax aqui estavam (brilhantemente) nas atitudes dos passantes. Eles tiravam as jaquetas para dar ao garoto. Um gesto nobre mas simples que marca o ponto da organização: (a) esta é uma criança que você pode ver enquanto deixa passar muitas outras e (b) se você pode ajuda-lo tão facilmente, porque não os milhares de refugiados sírios?

Não é todo dia que organizações sem fins lucrativos chamam atenção pelas suas propagandas. Causas, no geral, tem feito um bom trabalho recentemente – e o comercial do Google Glass destacando o problema gravíssimo do abuso doméstico em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, não foi um feito menor.

Virando a página para uma história diferente, o anúncio visionário do iPad Air que nos captura e nos inspira foi basicamente nós fazendo o que eles pediram. Usando técnicas clássicas de narrativa, com imagens, sons e história, os gênios por trás do anúncio criaram uma obra de arte no processo – um anúncio que brincou com versos e músicas, nos convidando a fazer o mesmo. A Apple também montou uma página “Seu Verso” no seu site oficial, onde o (Segundo a BGR) “propósito principal era capturar em várias maneiras as pessoas usando seus iPads em partes diferentes do mundo.”

Esses anúncios se tornaram virais mas não da maneira que você imagina…

Numa verdadeira campanha viral, você tem uma porcentagem das pessoas que estão vendo o anúncio e compartilhando repetidamente porque eles ficaram emocionados com o seu anúncio. Eles vão compartilhar uma ou duas vezes por alguns dias porque eles querem que todas as suas redes vejam o vídeo. Eles não acabaram de falar sobre o anúncio, eles querem que a conversa continue. Aqui você não tem um caso de ‘clique em série’ – melhor, você tem alguém que foi atingido pela mensagem de tal maneira que não resta nada além de compartilha-lo.

Compartilhamentos múltiplos são as marcas de uma grande marca. Uma grande história não é contada apenas uma vez, ela é contada por cada ouvinte e repetidamente para (as vezes é a mesma, mas às vezes tem algumas mudanças) novos ouvintes. Os anunciantes de hoje percebem que eles podem contar uma micro história em poucos minutos – especialmente se você juntar pura criatividade com uma fórmula vencedora.

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